quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Acusações contra a Modéstia


Salve Maria!


Uma das maiores acusações que uma moça tem que enfrentar quando decide ser modesta é a de ser puritana. Trata-se de uma acusação grave, pois o puritanismo é uma heresia e é muito temerário fazer essa acusação a toda moça que decide que não usará mais calças. Tendo dito isso, quero aqui falar sobre essa distinção clara entre o puritanismo e a santa modéstia, vejamos:


Puritanismo


Como já dito o puritanismo é uma heresia. Vejamos o que é por sua vez uma heresia:
Heresia (do latim haerĕsis, por sua vez do grego αἵρεσις, "escolha" ou "opção") é a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo.


O puritanismo é uma espécie de maniqueísmo. [*]


Em resumo maniqueísmo foi uma heresia que acreditava que existe um “dualismo” no ser humano, que corpo e alma são antagônicos, que a alma está presa em um corpo, então o corpo é algo mau e só o espírito é bom.
Basicamente o que sabemos do “movimento” chamado puritanismo é que é uma espécie de maniqueísmo. O puritanismo que vigorou no século XIX, onde existia um cuidado excessivo em se vestir cobrindo todo o corpo. E faziam isso, não por pudor ou modéstia ou para preservar o valor do corpo, mas por que eles tinham medo do corpo, o corpo era visto como algo mau.


Agora vejamos o que prega a santa modéstia:



O que é modéstia?



“Observando a modéstia, edificamos sumamente os outros e os estimulamos à prática da virtude.” (Santo Afonso de Ligório, Tratado da Castidade.)
Apresentamos, sobre a forma de perguntas e respostas, algumas questões relacionadas à virtude da modéstia:

1 – O que é a modéstia?

A modéstia é uma virtude anexa à temperança, e diz respeito a todas as ações exteriores, e – mais especificamente – a maneira e o recato na hora de se vestir.(1)

2 – O que se entende por “ações exteriores”?

São os gestos, tom de voz, palavras e toda a maneira de nos expressarmos quando conversamos, nossas atitudes em geral, os divertimentos e entretenimentos que escolhemos.(2) A modéstia nas ações exteriores significa ser calmo e comedido, saber portar-se em público, ter reservas em se mostrar demasiadamente. A modéstia, portanto, refreia o desejo imoderado de destacar-se perante os outros.

3 – Então a modéstia também envolve os atos relacionados com os jogos, diversões e recreações em geral?

Sim, neste caso toma a virtude o nome de eutrapélia, ou virtude que preside as diversões e aos recreios, evitando que se peque seja por excesso, seja por defeito.(3)

4 – O que se entende por “maneira e recato na hora de se vestir”?

Entende-se explicitamente a roupa que vestimos e nossas escolhas perante a moda de nossa época. O recato diz respeito àquilo que deve estar coberto: são as partes de nosso corpo que devemos proteger, não deixando à mostra para que sirvam de deleite e ocasião de pecado para o próximo. As mulheres, especialmente, podem chamar uma atenção equivocada ou mesmo imoral para si mesmas – através de um vestuário revelador ou insinuante. A modéstia no vestir pressupõe um respeito ao pudor(4): reconhece o corpo como Templo do Espírito Santo, e por isso deixa-o velado segundo as normas cristãs.

5 – Que prescreve a modéstia no que toca a maneira de vestir?

Segundo Santo Tomás de Aquino, não se deve ter afeição a vestidos ou roupas luxuosas, nem tampouco ostentar um vestuário pobre e desalinhado.(5) Isso diz respeito, sobretudo, a classe social a que pertence a pessoa que escolhe determinado tipo de roupa: cada qual vista-se de acordo com a posição e estado que ocupa.

6 – O que seria um vestuário “decente”?

A decência dos trajes – como observou São Francisco de Sales – “no tocante a matéria e as formas só se pode determinar com relação as circunstâncias do tempo, da época, do estado e das vocações [seja a pessoa casada, solteira, religiosa ou consagrada]”.(6) Isto significa que não há uma forma única para uma igualmente única peça decente no mundo. As roupas, modelos e materiais de que são feitos podem e de fato variam; todas as épocas passaram por transformações no que diz respeito ao vestuário, e ora os vestidos tinham determinado volume e forma, ora tinham outro.

7 – Então uma roupa é considerada decente apenas de acordo com os padrões da moda atual?

Não, pois é fato que os padrões da moda atual podem estar em total desacordo com a moral católica. É preciso escolher, dentro do que a moda contemporânea produz, aquilo que seja mais digno e esteja de pleno acordo com a doutrina moral da Igreja.

8 – O que diz a doutrina moral da Igreja sobre o assunto? Até quanto é permitido mostrar do nosso corpo?

Segundo a moral católica, nosso corpo é dividido em partes honestas, semi-honestas e desonestas. As partes desonestas são as partes íntimas e regiões vizinhas. As semi-honestas ou menos honestas são os seios, braços, flancos. As partes honestas são as mãos, os pés e o rosto.(7) A Igreja – através dos Papas, dos santos e de seus membros mais dignos – tem insistido para que o vestuário cubra tantos as partes desonestas, quanto as semi-honestas do corpo.(8)

9 – Então se uma roupa não cobre as partes desonestas e semi-honestas do corpo, ela é indecente?

Revelar as partes desonestas do corpo – deliberadamente, de maneira total ou parcial – é matéria grave. Quanto às partes semi-honestas, é matéria menos grave. Há uma tolerância para se mostrar os braços, enquanto se considera indecente a mulher revelar os seios.(9) Uma blusa corre menos risco de revelar os seios se tem alguma manga (protege as laterais) e se o decote não é muito baixo. Da mesma forma, uma saia que cubra os joelhos terá menos risco de revelar as partes desonestas da mulher do que uma mais curta (levando em consideração que a mulher se movimenta muitas vezes durante o dia, sentando-se e levantando, de maneira que pode revelar alguma coisa).

10 – A mulher pode usar maquiagem e outros adornos?

É permitido à mulher casada ou com intenção de casamento usar certos adornos, desde que isto seja feito de maneira honesta e moderada. Por isso, entende-se que tanto a maquiagem, quanto os enfeites são permitidos – desde que observe estas recomendações.(10)


Bom, quero concluir este texto deixando uma palavra de consolo às moças que deixaram as calças e aquelas que pretendem deixar: não desista. Você com certeza será atacada ao tomar essa decisão, pois existe uma inimizade entre satanás e a Mulher (sim, com letra maiúscula a Santíssima Virgem), quando o inimigo de Deus vê que você quer imitar Nossa Senhora ele não vai ficar parado de braços cruzados e vai usar de tudo para te impedir de prosseguir neste caminho... É importante ter essa convicção de que é imodesto usar calça e de que o modesto é uma saia abaixo do joelho de acordo com as OS PADRÕES MARIANOS PARA MODÉSTIA E MORALIDADE NO VESTIR, pois se você não tem essa convicção é fácil voltar atrás e quando for atacada irá cair facilmente, sei de casos de moças que largaram as calças, mas quando veio o desânimo e a solidão simplesmente desistiram, é muito triste, mas acho que isso acontece por falta de convicção mesmo, de certeza de que deixamos a calça para imitar Nossa Rainha e que queremos parar de ofender a Nosso Senhor!
Este post sobre as “acusações contra a modéstia” na verdade é um alerta às moças que querem a modéstia, pois muitas vezes somos atacadas e isso pode abalar nossa confiança na importância de ser modesta... Aqui falei apenas da acusação de puritanismo, mas existem tantas acusações, mas sabemos quem é o acusador!
Supliquemos o Auxílio da Mãe de Deus, que Ela venha em nosso socorro e nos ajude a perseverar na modéstia!


***
NOTAS
(1) A Suma Teológica de Santo Tomaz de Aquino em forma de Catecismo. Autor: Padre Tomaz Pègues, O.P.
(2) A Suma Teológica de Santo Tomaz de Aquino em forma de Catecismo. Autor: Padre Tomaz Pègues, O.P.
(3) A Suma Teológica de Santo Tomaz de Aquino em forma de Catecismo. Autor: Padre Tomaz Pègues, O.P.
(4) Catecismo da Igreja Católica, Edição Típica Vaticana, 2000.
(5) A Suma Teológica de Santo Tomaz de Aquino em forma de Catecismo. Autor: R. P. Tomaz Pègues, O.P.
(6) Filotéia (ou Introdução à Vida Devota). Autor: São Francisco de Sales.
(7) Compêndio de Teologia Moral. Autor: Padre Teodoro da Torre Del Grecco.
(8) Eis as palavras do Cardeal Basilio Pompili (Cardeal-Vigário do Papa XI), em orientação datada de 24 de setembro de 1928: “… um vestido não pode ser considerado decente se ele tem um corte mais fundo que dois dedos abaixo da cova da garganta, o qual não cobre os braços pelo menos até os cotovelos e chega até um pouco abaixo do joelho. Além disso, vestidos com material transparente são impróprios.”
(9) Esta tolerância foi concedida através do Padre Bernard Kunkel, fundador da Marylike Crusade – Cruzada Mariana em prol da castidade e modéstia por meio de imitação da Santíssima Virgem. Cremos ser esta concessão da mais inteira confiança, visto que o Papa Pio XII deu a benção papal ao apostolado do Pe. Kunkel em duas diferentes ocasiões e seus estatutos foram aprovados pela autoridade eclesiástica vaticana – incluindo esta concessão.
(10) Suma Teológica. Autor: Santo Tomás de Aquino.


[*] O nome maniqueísmo provém do fundador, Mani, natural da Babilônia. Por parte do pai, Patek, pertencia à família real dos Arsácidas, na Pérsia. Mani nasceu a 14 de abril de 216. Julga-se que o pai tenha pertencido a uma seita encralita cujos membros já se chamavam os puros e vestiam roupas brancas. Não há dúvida de que Mani, desde a juventude, tenha sido educado em idéias de busca ansiosa da pureza, pro meio da fuga à matéria, considerada fonte de todo o mal e de toda a impureza. Mas, já muito cedo, Mani se julgou chamado a missão profética. Sua doutrina repousa no conceito de um profetismo divino contínuo. Identifica-se com o Paráclito. Com isso se põe em atmosfera cristã, mas fora do cristianismo ortodoxo. Hauria a doutrina de quatro fontes diferentes: a antiga religião naturista da Babilônia, a religião de Zaratrustra ou parsismo, o Budismo quanto à moral e ascetismo, o cristianismo alimentado mais por apócrifos do que pelos Evangelhos autênticos. Em resumo, Mani é uma espécie de Maomé antecipado, um Maomé sem êxitos.
Como ponto de partida: o dualismo, duplo princípio eterno, o do bem e do mal. Travou-se a luta entre o homem primitivo que Deus criara bom e Satã, príncipe das trevas. O homem traz em si os traços da queda, e a mulher mais ainda. O dualismo, em nós, é a luta da carne contra o espírito. Para nos salvar, Jesus revestiu um corpo aparente(docetismo). A salvação consiste em libertar as parcelas de luz perdidas nas trevas do corpo. Nem todos chegam igualmente a essa libertação. Os discípulos perfeitos de Mani são os que observam os três selos: selo da boca (abstinência perpétua de vinho, carne, e qualquer palavra impura); selo do ventre (continência absoluta); selo da mão (aversão a qualquer trabalho servil). Os que aplicam esse programa são os eleitos. Os discípulos inferiores são chamados auditores. Quando moço, Agostinho foi um deles, mas nunca superou esse grau.
(...) O maniqueísmo inicial continua visível entre este hereges. Mas, pelo caminho, o maniqueísmo assimilou elementos novos: anticlericalismo, antimilitarismo, anarquia, comunismo. A distinção entre eleitos ou perfeitos e simples crentes ou auditores era básica na organização da seita. Os perfeitos praticavam um ascetismo rigoroso que impressionava muito o povo. Uma senhora da nobreza do languedoc contava que fora ver um desses perfeitos: “Pareceu-lhe, dizia, a mais estranha maravilha. Há muito que estava sentado numa cadeira, imóvel como um tronco de árvore, insensível a tudo o que o rodeava”. Os perfeitos tinham horror pelo casamento que perpetua a vida terrestre, essa ilusão satânica. Praticavam abstinência absoluta e exortavam os crentes a não se casarem. Condenavam também o juramento e o serviço militar. Os perfeitos consideravam o suicídio como o ideal de santidade. Abriam as veias para morrer no banho ou tomavam veneno. Mas o modo mais espalhado de suicido era o sofrimento, isto é, deixar-se morrer de fome. Para entrar no estado de perfeição, os eleitos recebiam uma espécie de batismo espiritual – pois a água é maldita como toda a matéria – chamado consolamentum. Os simples crentes não tinham outra obrigação senão adorar os eleitos e alimentá-los. Com isso podiam viver como quisessem. Também recebiam o consolamentum, mas só no leito de morte, quando não houvesse nenhuma esperança de melhora. E para evitar qualquer perigo de retorno à saúde, colocavam-nos ou se colocavam no regímen de sofrimento, fazendo greve de fome, para não perderem o fruto da regeneração.
Tal doutrina era tão contrária à religião cristã e á sociedade por ela criada, tão contrária à civilização formada pelo cristianismo, que não é de estranhar a luta ardente que se armou contra ela. A parte católica a combateu com caridade e zelo muito apostólicos. São Bernardo, em muitas ocasiões, pregara contra os Cátaros. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Salvação passa pela Maternidade



Maternidade Dom de Deus

Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. (Lc 1,42) Sim, feliz a que acreditou na realização do que lhe foi dito da parte do Senhor. (Lc 1,45)
Minha alma engrandece o Senhor, meu espírito alegra-se em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas. (Lc 1, 46-49)
Nessas passagens do Evangelho de Lucas, é relatada toda a grandiosidade e alegria da maternidade. Cada mulher que teve em si realizado o milagre de gerar uma vida não pode deixar de se emocionar com essa leitura, pois nos sentimos também um pouco como a Mãe de Jesus.
Na nossa pequenez nos tornamos grandiosas. Na nossa covardia nos transformamos em mulheres com coragem para enfrentar o mundo. Na nossa apatia nos revelamos impulsionadas a viver e fazer viver.
Ao olharmos a nossa imagem de mãe, não podemos deixar de pensar em Maria, pois nos sentimos também benditas e aquele ser gerado em nosso ventre faz de nós pessoas especiais não só pela capacidade de gerar um novo ser, como pela responsabilidade de transformar aquela criaturinha em um ser humano com capacidade de amar e de receber amor. E neste momento, mais do que nunca, sentimos que fazemos parte do grande projeto de Deus.
A maternidade é o maior dom que Deus deu à mulher, pois ser mãe compete única e exclusivamente à mulher. Não é uma tarefa fácil apesar de ser extremamente gratificante. Nos transborda de amor e nos envolve em uma comunhão com o mistério da vida.
Devemos ter a consciência de que cada filho é único, tem necessidades próprias e que as diferenças entre eles não são defeitos. Temos que aceitar nossos filhos e amá-los como eles são. Precisamos estar disponíveis para ouvi-los e dialogar com eles, sempre que possível, em um clima de paz e harmonia. Estar atento às suas pequenas mudanças e aos seus problemas, mesmo que para nós pareçam coisas sem importância e demonstrar que podem sempre contar com a segurança da família. Ter maturidade para enfrentar situações que exijam decisões difíceis e polêmicas. Acompanhar a evolução dos tempos.
Para que o nosso papel se torne mais fácil e eficaz, devemos cultivar em nosso lar o exercício da oração e mostrar com os nossos exemplos que o grande segredo de uma humanidade feliz é viver o amor ao próximo da melhor maneira possível.
Deus, que é todo amor, nos criou no amor e para o amor, portanto, temos o dever de transmitir este amor a todas as pessoas e de modo muito objetivo e especial aos nossos filhos. Esse amor é transmitido desde a concepção, durante a gestação, pois qual a mãe que não conversa com seu bebê ainda dentro de sua barriga? No nascimento, quando seguramos nosso neném pela primeira vez, durante a amamentação, aquele ser tão envolvido em nossos braços e em nosso seio nos enche de alegria.
É bem verdade que a maternidade nos traz muitos momentos de angústia e algumas vezes até de tristeza, mas os momentos felizes ao lado de nossos filhos são insuperáveis.
Maria permaneceu ao lado de Jesus em todos os momentos, os alegres e o de extrema dor. Que olhando para ela, possamos encontrar forças e ensinamentos para cumprirmos a missão que Deus nos confiou e educarmos nossos filhos nos verdadeiros valores cristãos.
“ À força moral e espiritual da mulher, une-se a consciência de que Deus lhe confia, de maneira especial, o ser humano… A mulher é forte pela consciência dessa missão… A mulher perfeita torna-se um amparo insubstituível e uma fonte de força espiritual para os outros, que percebem as grandes energias do seu espírito” (Cf João Paulo II, A dignidade e vocação da mulher,nº 30)
E, finalmente, “mulher”, não se esqueça de que você é um ser humano com necessidades, falhas, qualidades e defeitos e lembre-se de que, para ser mãe, não precisa ser perfeita. Ame-se muito, valorize a sua vida, sorria sempre, esteja em paz e seja feliz, pois se não amarmos a nós mesmas como vamos ensinar o amor? Se não formos amadas, como teremos amor para dar? Lembremos sempre do maior mandamento que Deus nos deixou: Amar a Deus sobe todas as coisas e ao próximo como a Ti mesmo.