quarta-feira, 20 de junho de 2012

Moderação e bom gosto

Texto retirado do Livro: Seletas de textos sobra a Modéstia - Escravas de Maria

O movimento da moda em si não é algo mau. Ele flui espontaneamente da natureza social do homem, de acordo com um impulso que o inclina a manter-se em harmonia com seus semelhantes, e com o modo de agir das pessoas entre as quais ele vive. Deus não lhe pede para viver fora do seu tempo, tão descuidado das exigências de forma a tornar-se ridículo, vestindo-se de maneira oposta ao seu gosto comum e práticas de seus comportamentos, sem considerar o que agrada a todos eles.

Por isso mesmo o angélico Santo Tomás afirma que, nas coisas externas que o homem usa, não há mal. Mas o mal vem do homem, que faz uso dessas coisas sem moderação, ou de modo contrário ao uso comum no seu ambiente, tornando-se estranhamente em discórdia para com os outros. Ou então, usando as coisas de acordo com o uso comum, mas na verdade com afeição exagerada, através do uso de muitas roupas pelo orgulho de estar na moda ou pelo prazer, ou analisadas com um cuidado exagerado, quando apenas humildade e simplicidade teriam sido suficientes para garantir o decoro necessário.
E o mesmo santo Doutor vai mais longe e diz que o ornamento da pessoa do sexo feminino pode ser um ato meritório da virtude, quando estiver em conformidade com o estado, a posição da pessoa, e se é feito com boas intenções, e quando as mulheres usam ornamentos que são decentes de acordo com sua posição e sua dignidade, quando eles são governados de acordo com os costumes de seu país. Então ornamentar a si mesmo também se torna um ato da virtude da modéstia, que influencia o modo de andar e de se portar, o modo de vestir, todos os movimentos externos.


Mesmo seguindo a moda, a virtude está no meio. Aquilo que Deus pede é recordar sempre que a moda não é, nem pode ser a regra suprema da conduta; que acima da moda e de suas exigências existem leis mais altas e imperiosas, princípios superiores e imutáveis, que em nenhum caso podem ser sacrificados ao talante do prazer ou do capricho, e diante dos quais o ídolo da moda deve saber inclinar a sua fugaz onipotência. Esses princípios foram proclamados por Deus, pela Igreja, pelos santos e pelas santas, pela razão e pela moral cristãs, assinalados limites, além dos quais não florescem lírios e rosas, nem pairam nuvens de perfumes da pureza, da modéstia, do decoro e da honra feminina, mas aspira-se e domina um ar malsão de leviandade, de linguagem dúbia, de vaidade audaz, de vanglória, não menos de espírito que de traje.


São aqueles princípios que Santo Tomás mostra para o ornamento feminino e recorda, quando ensina qual deve ser a ordem de nossa caridade, de nossas afeições: o bem da própria alma deve preceder o do nosso corpo, e à vantagem de nosso próprio corpo devemos preferir o bem da alma de nosso próximo. Não se vê, portanto, que há um limite que nenhuma idealizadora de modas pode fazer ultrapassar, a saber, aquele além do qual a moda se torna mãe de ruína para a própria alam e dos outros?

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